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Entenda a diferença entre preparação e revisão de texto



No processo de produção de um livro, de uma revista, ou de qualquer outro tipo de texto para publicação, existem duas etapas que às vezes se confundem e se misturam.


Entender a diferença entre a revisão e a preparação de texto é fundamental para poder dialogar com o cliente, afinal, tais serviços têm funções e preços distintos. E o profissional precisa estar ciente disso na parte burocrática da contratação.


Preparação de texto ou copidesque


Há quem diga que são trabalhos diferentes, há quem defenda que são a mesma coisa. Nós somos do time que entende que a diferença está apenas no nome.


Portanto, a preparação (ou copidesque) é uma revisão mais aprimorada, mexe-se mais no texto. Compreende-se as seguintes ações: padronização de estilo seguindo Manual da Editora, conferência de informações, ajustes de coesão e de coerência – para tornar o texto mais inteligível e fluido –, bem como correção de erros de ortografia (seguindo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) e de gramática.


Geralmente, ela é mais usada em livros – literatura e didáticos –, embora possa ser aplicada em outros materiais.


Também há o trabalho de cotejo de original: quando uma obra é traduzida, cabe ao preparador (ou copy) comparar linha a linha do original e da tradução, para checar se a tradução está correta e se nenhum trecho foi esquecido pelo caminho.


Valores e prazos


A preparação (ou copidesque) também é cobrada por lauda, pois precisa ser feita no Word – ficaria muito complicado fazer tantas emendas no papel ou no PDF.


Por ser um trabalho maior, muitas vezes ela chega a custar o dobro de uma revisão. E o prazo de trabalho também deve ser maior, pois há mais coisas a fazer no texto.


Revisão de texto


Depois de preparado (ou copidescado), o texto passa pela análise do editor que o encaminha para a diagramação. Quando o texto toma forma de livro, revista, e-book etc., ele passa pela primeira revisão. Agora, se o texto não passar por preparação (o que acontece quase sempre), aí é feita uma revisão em Word antes da diagramação.


O revisor não pode mexer tanto quanto o preparador. Cabe a ele nesta etapa: a revisão ortográfica (seguindo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa), gramatical e de estilo.


E é aí que começam os problemas! Como segurar a mão e não “canetar” os trechos que não contêm erros, mas que discordamos quanto à fluidez ou ao uso de algumas palavras e expressões? Como não sugerir uma troca de palavra? Ou uma melhoria?


E é assim que muitos revisores acabam ultrapassando essa linha tênue entre revisar e preparar um texto, principalmente quando sabem que o texto não foi preparado, como no caso de um trabalho acadêmico.


Normalmente, uma editora faz pelo menos três revisões do mesmo material. O ideal é passar por um profissional diferente a cada revisão, para que ninguém fique com a “leitura viciada”. E, quase sempre, na última revisão deve-se apenas apontar os famosos “pastéis” – troca e ausência de letras, erros de acentuação, digitação, enfim, erros básicos –, pois não há mais tempo para melhorias.


É bom lembrar que a cada emenda que o revisor faz, corre-se o risco de acrescentar um erro, pois o diagramador pode fazer a emenda errada, e o editor não perceber. Portanto, às vezes menos é mais – não é preciso entrar na fase da “perfumaria”, como alguns profissionais chamam.


Valores e prazos


Diferentemente da preparação, a revisão pode variar na forma de cobrança, pois ela pode ser feita em papel, em PDF e até em slide.


Para revisão em Word, geralmente cobra-se por lauda – e acreditamos ser a forma mais justa tanto para o cliente quanto para o profissional. Imagine uma página que contenha apenas uma imagem e uma legenda de uma linha: ela vale o mesmo que uma página cheinha de texto?


Já a revisão em PDF é cobrada por página (ou lauda também, basta converter para Word), e a em PowerPoint, por slide. No papel pode-se cobrar por lauda ou por página.


O prazo para realizar o trabalho também varia, porque depende do tamanho do material, bem como da sua complexidade.



É importante lembrar que o estilo do autor deve ser sempre respeitado, tanto na preparação quanto na revisão. O que esses serviços fazem é aprimorar o que o autor escreveu, porque, algumas vezes, o que está claro para ele pode não ser compreendido pelo leitor.


Além disso, todas as alterações ficam registradas, por meio do “Controlar Alterações” do Word; das ferramentas de “Anotações” do PDF; ou das marcações à caneta no papel, e elas podem ser desfeitas, caso o editor ou o autor discordem delas.


Por isso a importância de sempre entregar o texto para um profissional que tem esse olhar treinado não só para encontrar erros clássicos, mas também para levar o texto do autor a outro patamar de qualidade e de clareza.


E você, é melhor como preparador ou como revisor? Seus amigos da área sabem diferenciar essas funções? Compartilhe este post para que todos conheçam um pouco mais o importante trabalho dos profissionais do texto.


Crédito da imagem: Freepik

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